O governador tucano Beto Richa vai-se embora em 6 de abril ─ mas voltará como senador, lá em Brasília, muito provavelmente (nem adianta se animar muito).
Com a renúncia tão aguardada quanto a vinda do Messias (não estou falando do Jair Messias Bolsonaro), em seu lugar fica a vice-governadora Maria Aparecida Borguetti Barros, a impopular (no sentido de dão feder e nem cheirar politicamente falando por enquanto) Cida Borguetti.
A vice-governadora pepista em vias de se tornar a titular terá praticamente nove meses para fazer nascer, com muita propaganda & distribuição de cargos & reza braba uma liderança política capaz de superar Ratinho Júnior, Osmar Dias e talvez Roberto Requião na eleição de outubro, quando os paranaenses escolherão um novo (ou um velho) governador para os próximos quatro/oito anos.
Nove meses é o tempo normal do nascimento de uma criança, bem sabemos. E o pai & criador & arquiteto & tutor dessa criança chamada candidatura Cida Borguetti é o primeiro-marido & futuro ex-ministro da Saúde & palpiteiro supremo, o primeiro e último Ricardo Barros, um político que leva em seu peito o padrão Temer de qualidade. Com a chegada da mulher ao poder, Ricardo Barros conseguiu o que sempre sonhou: ter oficialmente um estado só para chamar de seu, ou melhor, de sua digníssima esposa. Ainda que seja inicialmente por apenas nove meses, é a oportunidade de ouro para eles mostrarem para o que vieram ─ e por que querem ficar.
Cida Borguetti por ora é uma desconhecida do zé povil. Saíssemos com ela hoje na rua XV, a turma pensaria se tratar de uma revendedora da Mari Kay, sósia da Rosemirian do Feirão do Pinheirão ou apenas uma madade dessas da alta sociedade que dá uma moeda para um pobre qualquer e voilà, fez-se a tão apregoada distribuição de renda nacional.
Ela terá, a partir de sete de abril, a oportunidade de mostrar o seu valor. Ex-deputada federal e estadual, Cida tem a chance ao paranaense que não é mais um sorriso branco & bonito & fluorizado no mar de banguelas.
Mas a versão feminina do ator Herson Capri (maldade, heim!) deve se precaver e não aceitar que o maridão queira mandar em nome dela, ainda mais nesses tempos de empoderamento feminino e etc. Se ficar a menor impressão de que Cida é um mero fantoche do Ricardão, as chances de vitória (sim, é um trocadilho) na eleição são abaixo de zero.
E para excelentíssima senhora doutora governadora Cida Borghetti, que dizem chegará ao poder com o nome Maria Aparecida, pois Cida não fica bem nos documentos oficiais e para a posteridade, lá vai um conselho primordial, o qual eu deveria ter cobrado: Maria Aparecida, futura governadora, não nomeie de jeito algum, nem que isso gere um trauma familiar, seu irmão, o Homem de Cro-Magnon Juliano Borguetti em nenhum cargo do Estado do Paraná, seja de primeiro, segundo, vigésimo terceiro escalão, pois a chance do rapazote com resquícios de Peter Pan se tornar uma chateação, vide o histórico do ex-vereador curitibano e ex-um monte de outras coisas, é de mais ou menos 1.597.914,07% segundo o Paraná Pesquisas.
Para finalizar, como diria o Golias, “Ô Cida, presta atenção!”. Pensando bem, não era isso que o humorista falava, mas em um texto que fala de política não dá para pedir coerência nem compromisso com a realidade.